Adoro morangos!
E gosto tanto, mas tanto, que nunca aqui na Quinta, seja eu a decidir, haverá morangos fora de época.
É a espera que faz dos nossos, morangos mágicos.
São realmente maravilhosos os nossos morangos, mas acreditem que o são porque se sentem respeitados. Crescem ao ritmo que lhes dá na gana, sem stresses, somos nós que temos que esperar por eles, com todas as limitações que esta espera possa causar.
Já podíamos estar a “faturar”, mas como tudo o que fazemos aqui, preferimos esperar ter menos lucros rápidos mas resultados mais duradouros e consistentes, ou seja, ter morangos maravilhosos.
Já nos telefonam todos os dias a perguntar pelos morangos, saber que há quem esteja à espera deles e tão ansioso como nós é uma alegria.
A verdade é que estamos desejosos de os começar a colher para começar a enviar aos nossos clientes nos cabazes. E começando vai ser até fartar, todas as semanas: morangos nos cabazes!
São 7 ou 8 meses à espera! Mas é essa espera que traz o encanto e a enorme vontade de os voltar a comer.
O primeiro morango aqui na Quinta é uma festa!
São deliciosos, são maravilhosos, mas se os tivéssemos sempre disponíveis nem daríamos por isso.
Mas isto ainda é mais complexo do que parece, não é só dos morangos que depende o quando, tanto eles como nós estamos dependentes de outra variável: o "tempo". E este ano o "tempo" não se tem compadecido. Uma Primavera meia desgovernada, que não sabe a quantas anda, tem-nos feito, a nós e aos morangos, a vida negra. Estamos em Maio e os morangos, muito poucos e ainda verdes, nada que se pareça com os nossos maravilhosos morangos.
Porque é que a chuva não pára? Onde anda o sol? O quentinho?
Precisamos de calor desesperadamente!
Saber esperar, reaprender a esperar é uma das lições que recebemos quando decidimos levar a sério este modo de produzir.
Esta coisa de nunca sentirmos a falta de nada, de estar sempre tudo disponível, ao contrário do que possa parecer, torna a vida chata e sem graça.
Não ter morangos suficientes em Maio irrita, pois irrita, mas é mesmo assim.
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