Claro que sim!
como é que isto não me passou pela cabeça há mais tempo?
Li um artigo esta semana (já vos falo dele mais à frente) em que se sugeria que tal qual temos um cabeleireiro ou um dentista também podíamos (devíamos, acrescento eu) ter um agricultor.
Uma loja em cada Quinta, em cada exploração agrícola, o que podia ser melhor tanto para os agricultores como para os consumidores?
Agora que o "mercado biológico" começa a ser apetecível lá vêm "os grandes". E toca a desatar a abrir corners bio, lojas especializadas (umas bio outras "naturais) Não tarda estão a dizer que têm hortas.
E com a chegada dos gigantes em força, e porque, dizem eles, o consumidor assim o exige, começa a guerra de preços, os descontos, as promoções tudo claro à custa do agricultor. E mais uma vez a história se repete. A pressão começa porque é preciso combater a concorrência, é preciso agradar ao consumidor.
E o agricultor, sem outro canal de distribuição, e com o produto fresco nas mãos, não tem mais do que render-se. Começar a produzir cada vez mais barato para vender cada vez mais barato.
Se no mercado convencional isso já é difícil, imaginemos quais podem ser as consequências no mundo biológico.
O aumento das monoculturas, mais rentáveis, mas que causam um enorme desequilíbrio no meio ambiente.
Apesar de ser verdade que para termos certificação em modo de produção biológica a única regra absolutamente inquebrável é a proibição do uso de químicos de síntese, há muitas outras que, em nosso entender são absolutamente essenciais, ou nada disto faria sentido.
Produzir uma variedade de culturas que nos permita fazer a rotação, fazer pousios regulares, criar zonas de proteção para os auxiliares (bichinhos grandes e pequenos que nos ajudam), criar diferentes ambientes numa mesma área, oferecer ao solo uma alimentação top para que a possa passar às plantinhas.... enfim, cuidar e tratar a mãe natureza como ela merece.
Tudo isso é posto em causa quando o único tema é o preço.
Preocupar-mo-nos com os consumidores não é, com certeza, oferecer-lhes comida barata a qualquer preço.
Preocupação é outra coisa. É fazer tudo para que possam ter à mesa o luxo supremo em forma de alimento.
E a nossa maravilhosa equipa do campo sempre a trabalhar para que isso possa acontecer.
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