Podia ser mais fácil mas não era a mesma coisa.






Podia ser um embrulho mais fácil mas não era a mesma coisa. 
Quando me vêm dizer "- Tanto trabalho! O cliente nem dá por isso. Acha que vai reparar e valorizar?" 
Não tenho dúvida. 

Talvez não fique a olhar extasiado para o embrulho e a exclamar "- Que trabalhão que tiveram para embrulhar a marmelada!" ou "UAU! que embrulho mais espetacular!" 

Ok, talvez nem veja, mas tenho a certeza que sente. 

Podíamos embalar num saco e selar numa máquina. Demorávamos 30s.
Podíamos usar um rótulo autocolante que saia de uma máquina. Demorávamos 3s.

Mas embrulhamos em folhas de papel vegetal que cortamos à medida, usamos um rótulo de papel que é impresso no escritório e que depois é cortado numa guilhotina, um a um, que depois colamos com fita cola e no fim atamos uma ráfia. Demoramos .... nem sei bem quanto ... 

Se devia saber? talvez. Mas não ia mudar nada. Porque é todo este trabalho que faz a diferença. 

É o pormenor que mostra a dedicação, a vontade de agradar, até a preocupação com o cliente. É o pormenor que faz a diferença. 

O pormenor usa as mãos. A rentabilidade usa as máquinas. Todos sabemos o quanto as máquinas são importantes mas é preciso juntar o tal toque da mão sob pena de perdermos o lado humano das coisas.

Para mantermos este lado humano é preciso que haja quem o valorize e que, principalmente, compre. Quantos e quantos projetos maravilhosos, de que gostamos imenso, acabam por não resistir por falta de clientes? 

Estamos dispostos a pagar para não perder este lado? É esta a pergunta que temos que nos fazer. 




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