Uma couve na Escola.



Como uma conversa sobre hortas e hortaliças pode cativar a atenção de 45 alunos que frequentam o 7º, 8º e 9º anos da escola Básica Escultor Francisco dos Santos em Rio de Mouro.
Esta semana fui mais uma vez falar sobre hortas e hortaliças.
Tenho descoberto aos poucos, pelas visitas de estudo que têm acontecido na Quinta e pelas vezes que tenho ido conversar com os miúdos às escolas que é possível interessa-los por este tema.
É realmente muito gratificante ter 40 ou 50 jovens realmente curiosos e com vontade de perceber mais sobre o assunto.
Aproveito a entrada dos alunos na sala para tentar perceber que audiência vou ter. Há os que vêm com vontade de aprender com caderno e caneta para escrever, há os que trazem o material mas pela atitude à partida, estão longe de estar interessados no que ali se vai passar, e depois há os que nem material nem atitude... e é nesses que me concentro porque se os conseguir cativar é porque a coisa está a correr muito bem.
Começaram meio desconfiados como começam sempre, mas rapidamente estavam a fazer perguntas e mais perguntas, a querer saber mais, a querer perceber porquê.
E que bom que foi ver uma miúda que entrou sem material nem atitude responder muito assertivamente, e que bom que foi porem questões muito pertinentes, algumas tão pertinentes que me deixaram a pensar sobre o assunto.
E que bom que foi ter uma audiência tão simpática e interessada.
Falámos sobre agricultura biológica e as diferenças que tem da convencional, falámos sobre o que sabe bem e o que faz bem, sobre comer bem e mal, falámos sobre os buracos nas couves, sobre o sabor, sobre os químicos, sobre os processados, sobre opções de consumo, sobre valor e preço, falámos sobre custos e proveitos, falámos sobre venda direta ao consumidor, falámos sobre como os nossos actos do presente e o modo como nos alimentamos hoje podem condicionar o nosso futuro, o futuro de um país e do mundo,  falámos em como o modo como vimos o futuro pode influenciar o presente, falámos sobre prioridades, falámos durante uma hora, por mim ficava lá outra ...
A campainha tocou e eu fiquei com a agradável sensação de dever cumprido e com muita vontade de continuar a conversar sobre o assunto.
Quanto aos miúdos estiveram à altura!


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