A probabilidade de me estar a repetir é enorme.
Foi igual no ano passado.
A primavera a chegar, as árvores a começar a florir , o frio gélido e a chuva a fazer a flor cair ...
Dizem que os agricultores estão sempre a queixar-se.
Não são queixas, são constatações de impotência misturadas com um: "- percebem a dificuldade?"
Sabendo que cada flor dará um fruto, assim ela vingue e consiga ser polinizada, só nos resta rezar.
Não há modo de convencer este clima desonesto que teima em mascarar as estações, que a Primavera é para ser amena.
E porque hoje é dia de constatações de impotência, não é só na fruta (futura) que a sentimos. É também na horta das "novidades" (assim se chama por aqui aos primeiros produtos da horta de primavera). Tudo atrasado! tudo cheio de humidade, tudo triste e desconsolado.
Mas esta é uma época difícil. Nem aquilo que tanto defendemos conseguimos cumprir.
Português sempre, mesmo que nos custe o dobro, nesta época não se aplica.
É ver as origens a mudar todas as semanas. É o fim de todos os produtos que estavam armazenados desde o Verão passado.
Sim, talvez nunca tenha parado para pensar mas a maçã e a pera.. que parecem não ter fim, são colhidas em Agosto e guardadas enquanto há stock em câmaras frigorificas (não são congeladas:-))
O mesmo com as batatas, as cebolas e as abóboras. Colhidas no verão e guardadas para o Inverno.
Chegamos agora à época da completa penúria. Tudo o que estava guardado a acabar, ainda uns meses de espera até haver novo.
Única solução para não nos faltarem os "essenciais" da cozinha, importar do hemisfério sul, onde estão agora a ser colhidos.
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