Conservar para o Inverno



Esta é sempre a época mais atarefada na cozinha de produção.
Que alivio é ver os excedentes da nossa horta (Agosto continua a ser o mês em que "toda a gente" desaparece), transformados em milhares de frascos que nos permitem armazenar o que a nossa horta dá de melhor para o Inverno.
Não sei se sentem o mesmo mas sempre me fascinaram as despensas cheias de frascos, de conservas, marmeladas, compotas....
Lembro-me bem, na Quinta dos meus avós, de haver uma despensa com muitos frascos.
Ainda me lembro muito bem dos sabores dos doces que de lá saiam.
Foi precisamente a pensar nesses sabores que foi decidido proibir, aqui na Quinta, o uso uma panela "industrial" para fazer compotas.
Podemos fazer muita quantidade mas o modo como o fazemos é sempre como se estivéssemos a fazer quantidades "domésticas".
Não é a mesma coisa fazer um corte com uma faca ou uma máquina. Há produtos que têm que ser cortados à mão sob pena de perderem todo o sabor. Há processos que só feitos à mão têm o melhor resultado.
Produzir sem nos deixarmos levar na tentação (na senda da redução de custos) de usar processos "semi-industriais", tem os seus custos, claro.
Processos que poupam mão de obra mas transformam algo delicioso e único num produto banal. Processos que também aumentam a validade e diminuem a probabilidade, para zero, do produto se deteriorar são processos que também acabam por transformar os ingredientes usados em matérias praticamente inertes ...
É verdade que corremos o risco de haver uma sopa que azede, pesto que se estrague ou compota que ganhe bolor...
É verdade que não é simpático, mas vale o sabermos que o que vai dentro do frasco mantêm todas as suas qualidades.
Que é comida do bem.


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