Aquela sensação de ficar "pendurado", sabem?
É uma sensação que "assiste" a muitas e muitas empresas. Quando a evolução depende de serviços, trabalhos, parcerias com terceiros ... e estes não acontecem.
Ser empresário no sec. XXI está a ser um desafio gigante.
Vivemos tempos estranhos. Há uma falta de compromisso generalizada, há uma falta de assunção da responsabilidade generalizada. Garantem-se prazos que não se cumprem. Prometem-se acções que não se praticam. Fazem-se propostas que à partida já se sabe que não se vão cumprir. Fazem-se afirmações sabendo que são falsas.
Trabalhar assim é muito difícil. Tudo começa de uma forma maravilhosa. Os primeiros contactos fazem parecer tudo espetacular. Propostas muito bem estruturadas. Valores justos. Achamos, sempre, que "é desta". O tempo vai passando e tudo se vai degradando. Os prazos já não são cumpridos, as promessas são esquecidas. Nas primeiras chamadas de atenção temos pedidos de desculpa consecutivos. E depois chega o dia em que deixam de responder às inúmeras tentativas de contacto.
Nesse dia, as promessas já não têm valor, os prazos não passavam de intenção e a "culpa" é nossa porque insistimos, porque pressionamos muito, somos a origem do stress acumulado. Sendo assim e porque não conseguimos entender (o não entendivel), na melhor das hipóteses recebemos um email a informar que vão deixar de trabalhar connosco.
E esse é o dia em que percebemos que temos que encontrar outra solução. E esse é o dia em que percebemos o prejuízo que vamos ter. E esse é o dia em que temos que engolir o prejuízo.
Enfim.
Talvez esteja aqui o verdadeiro problema da nossa economia, digo eu... É tanto assim que quando há alguém que cumpre (o que devia ser um dever fundamental) sentimo-nos no céu. UAU!! aquela empresa, aquele serviço, aquela pessoa....cumpriu!! e contamos a toda a gente como sendo uma raridade.
Acabamos por sentir como um bónus absolutamente extra, o que devia ser um dado adquirido.
E chega o dia em que arranjar um novo parceiro, fornecedor, serviço, é a maior das angustias. À partida já estamos à espera que não cumpra. E isto é transversal a, absolutamente, todas as áreas.
Penso muitas vezes, onde estaríamos nós se não cumpríssemos com os nossos clientes? se não entregássemos no dia, se prometêssemos uma coisa e enviássemos outra, se encontrássemos desculpas para tudo, se simplesmente, deixássemos os nossos clientes "pendurados"?
Pelo menos temos a agradável constatação de que somos uma empresa UAU!
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