Quando o cereal é ouro



Sem data melhor do que o Dia da Espiga para vos dar esta novidade.
Semeámos este ano o nosso primeiro cereal!
"-Semear cereal é assim tão espetacular?" perguntará.
Sim, é mesmo!
Ao olhar para o cereal que cresce nos nossos campos, quase me emociono. Sem dúvida que é mágico e símbolo de vida. O ouro dos pobres do passado que se transformou no tesouro dos ricos.
O verdadeiro cereal esteve votado ao abandono durante décadas.
O pão que era alimento de tanta gente transformou-se num pão que só sacia porque nos faz inchar. Causa de múltiplos problemas, de intolerâncias...
O problema não está no pão, claro.
O problema está nos cereais que se foram "melhorando" até ficarem em nada, está no querer transformar cada espiga num kg de farinha. Quis-se cereal que produzisse muitoooo, que crescesse depressa, que fosse resistente a tudo.
Tantas exigências transformaram o cereal noutra coisa que não o dito.
O problema está também na moagem que deita fora o pouco que ainda tem de bom, para aumentar o prazo de validade à farinha.
Enfim, em vez de farinha nutritiva temos pó que nos faz inchar.

Foi este desânimo que criou reação. Alguns começaram mais cedo, nós estamos a começar agora.
Estamos a produzir trigo barbela, um cereal de verdade.
Um cereal antigo, que durante muitos anos foi votado ao abandono, porque produz pouco, porque tem muita gordura que dificulta o amassar. A gente quer coisas fáceis e rápidas que o pão não vale nada ...
E lá voltamos nós ao dinheiro, porque é sempre de valor que se trata.
O que vale um pão? quanto vale o pão?

Esperamos que este seja o primeiro de muitos anos de cereal nesta Quinta. E esperamos ter mais para vos contar sobre o assunto em breve.




1 comentário:

  1. Que bonito caminho vai trilhando esta quinta! Que orgulho!!!

    ResponderEliminar

© A vida de uma alface
Design:Maira Gall.