Mas desta vez não de emoção. Tive vontade de chorar (e chorei) quando vi o que aconteceu a alguns ramos dos nossos sobreiros.
Passo a explicar:
Já referi muitas vezes o quanto me perturba ver o mal tratadas que são as árvores no nosso país. Como se fossem coisas descartáveis. Vai uma e vem outra. Não, não é assim, e todos sabemos que não é assim.
Cortar uma árvore só porque sim, é um atentado. Cortar ramos de árvores só porque sim, também.
Ontem esteve cá uma máquina, conduzida por um senhor, a alargar e endireitar os caminhos por onde vai passar o trator nos passeios deste domingo (lembro que é o nosso Dia Aberto e está convidado).
Ao chegar a um determinado local onde os sobreiros estavam a invadir o caminho com os seus troncos, e tendo do lado oposto um campo aberto sem qualquer cultivo instalado, resolveu, só porque árvores são valores menores comparadas com a mais pequena parcela que possa ser cultivada, ir a eito e dar conta do lado das árvores que estavam a ocupar o caminho.
Como foi isto possível? Foi possível porque, como me disse o Xico quando lhe perguntei como pode o homem fazer aquilo, porque "as pessoas não ligam a isso". E esta é a mentalidade instalada, sejam quais forem os senhores.
Mais vale uma qualquer parcela de terra produtiva do que todas as árvores que a impeçam de produzir.
E é nisto que estamos. O pior disto tudo é que tal como o senhor que fez este "lindo trabalho", não teve qualquer consciência da estupidez do que estava a fazer, também não a têem a maior parte dos que arrancam, cortam, mutilam, os milhares e milhares de árvores por este mundo fora... só porque sim.
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