Há guardanapos e guardanapos. . .


Ando a pensar nisto há uns tempos porque acho que reflecte bem a "evolução" desta nossa querida sociedade de consumo. 
Um parêntesis para dizer que sou fã de tudo o que sejam medidas que nos "obriguem" a reduzir a enorme pegada ecológica e a poupar recursos deste nosso planeta. Aquela dos sacos de plástico, a meu ver, foi das melhores que se tomaram nos últimos anos. 
Mas voltando ao objecto em análise, antigamente, se bem se lembram, os guardanapos nas nossas casas eram de pano, marcados com uma argola, ou o que quer que fosse, para saber a quem pertenciam. Usávamos durante uns bons dias até serem mudados com a toalha de mesa. Um belo dia apareceram os guardanapos de papel, óptimos para poupar trabalho, já não era preciso lavar e passar a ferro. Maravilha das maravilhas !! para usar e deitar fora.
Precisamente por terem esta maravilhosa qualidade de "não dar trabalho", começaram a ser cada vez mais utilizados. Lembro-me de ir a casa de amigos e estranhar usarem guardanapos de papel diariamente. Mas, para vos dizer a verdade, houve uma altura da minha vida que também o fiz ... 
E claro que, como todos ou a maior parte de nós, quando agarrava num pacote de guardanapos no supermercado era sempre dos grandes e de preferência os mais grossos, excelentes imitações dos guardanapos de pano. Para os verdadeiros fãs dos guardanapos de papel nenhuns se comparam aos do IKEA relação qualidade/preço 
Até que um dia fiquei a olhar para os dois tamanhos e a pensar « mas porque raio é que há dois tamanhos de guardanapos se os pequenos são mais do que suficientes para limpar qualquer boca? »
É que se formos a ver é mesmo "estúpido", quando usamos um guardanapo grande nunca o abrimos todo, abrimos a primeira dobra e limpamos a boca. Logo aí já estamos a desperdiçar metade do guardanapo e contas bem feitas, cada 10 guardanapos grandes dão para 22 pequenos. 
Felizmente a fase dos guardanapos de papel por aqui já acabou, lavar na máquina não custa e se não quiser nem se passam, bem esticadinhos ficam prontos a usar. 
Até o facto de termos incutido no nosso pensamento que o guardanapo de pano é um luxo, como é óbvio, está errado. Luxo é gastar dinheiro com um objecto descartável e completamente dispensável.
Resumindo, guardanapos sempre que possível de pano, se tiverem que ser de papel então que sejam dos pequenos. 

É precisamente com base neste raciocínio que as  nossas facturas são impressas em A5. Quantas e quantas vezes recebemos uma folha A4 com três linhas impressas? Mas porque raio é que se convencionou que o tamanho ideal de impressão é um A4? 

Costumo usar uma imagem que me parece ilustra bem o que andamos a fazer. 
Imaginemos que todas as casas tinham um lindo jardim, proporcional ao tamanho da família,  mas a partir do momento em que nos davam a chave nos informavam que o lixo só seria recolhido uma vez por ano.... qual seria a nossa estratégia para não nos "afogarmos" em lixo ?

Um desafio: Usar o nosso planeta como se fosse o nosso jardim 

2 comentários:

  1. Eu respondo:
    Os guardanapos, mesmo os de pano, inicialmente não serviam apenas para limpar a boca. Eram para ser colocados no colo, tinham de ter uma dimensão maior. Existia quem os prendesse ao pescoço - o que também é curioso e só funciona com os maiores. E se forem dos espessos que referes, são também mais seguros em caso de sujidades que se escapem do garfo.

    Os guardanapos pequenos são para cocktail. Para segurar um copo ou usar o guardanapo para segurar um canapé.

    Agora quando ao uso... Lembro vagamente do uso de guardanapos de pano. Meu avô recusava a usar qualquer outro tipo. Toda a família ia para os de papel, ele, para o de pano. Muito mais ecológico, sem dúvida, assim como em tudo o resto (costumes antigos, pegada ecológica bem reduzida).

    Confesso que sem eles já não seria capaz de viver. Uso muito, mas não para limpar a boca. Às refeições não uso guardanapo. Acho-os desnecessários. Não só por não ser de 'borrar' a boca toda :) como penso que depois da refeição dá para lavar a boca e retirar a gordura de comida que possa ter sido transferida para os lábios. Claro que, em caso de molhos a pingar até o queixo, é caso para sacar logo de um! Mas é muito raro.

    Ainda assim, uso-os muito. Um dia talvez os dispense. Uso-os para secar, pois acredito mais neles como absorventes não contaminantes do que nos panos que, no meu entender, depois do primeiro uso ficam com bactérias. Mas ainda assim reduzo a sua utilização, pois prefiro secar tudo ao natural, até as mãos. Só que às vezes não dá... e vai o papel. Já não consigo usar toalhas ou panos. Um dia talvez retroceda mas por enquanto, um pano húmido é para mim um pano impróprio para segundo uso :D E como já não existem lareiras ou fogões a lenha para secar os panos...



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